Olá,
Volto com a tentativa de recolocar o blog em funcionamento, depois de um bom tempo de inatividade.
E pra esse recomeço escolhi um tema que começa a pipocar nos bastidores e será assunto cada vez mais presente daqui pra frente: as eleições de 2012 em Vitória.
Por enquanto só uma coisa é certa: está tudo em aberto!
O objetivo deste post é apenas apontar um panorama geral de como as coisas estão no momento, lembrando que ainda não há nada definido, e tudo que se vê até agora são movimentações internas dos partidos, e noticias que correm pela mídia tradicional e pelas mídias sociais. Tudo isso acrescido, é claro, de uma pequena dose de juízo próprio do autor que vos escreve, rs.
Depois de 12 anos de administração tucana (93-2004, com um mandato de Paulo Hartung e dois de Luiz Paulo), e 8 anos de governo petista (2005-2012, com João Coser), a capital capixaba se vê em mais um possível momento de lacunas a serem preenchidas, o que deixa o futuro completamente em aberto.
Se em 2004 e 2008 Coser se elegeu surfando na crista da onda de Lula, e com o apoio velado de Paulo Hartung (os dois nomes com maior poder de influência na política capixaba dos últimos anos), agora o cenário é outro. O petista passou por maus bocados, sobretudo neste segundo mandato, e agora vê brechas maiores para a oposição se colocar como opção para a capital no ano que vem. No entanto, sua grande oposição, a saber, o PSDB, vem em um mau momento no ES.
Para ilustrar o pré-panorama para 2012, elenco abaixo os nomes dos possíveis candidatos a prefeito, analisando as condições de cada partido:
• PMDB – Paulo Hartung; Lelo Coimbra – Outros nomes, menos prováveis devido ao bom momento vivido no Congresso Nacional, seriam da deputada e vice-presidente da Câmara Federal, Rose de Freitas, e do senador Ricardo Ferraço. No entanto a grande figura do PMDB é o ex-governador e ex-prefeito Paulo Hartung. Lelo aparece como o segundo nome, no caso de PH não se candidatar. A direção nacional do partido já sinalizou que terá candidato. (A situação de Hartung é assunto específico para um próximo post);
• PT – Iriny Lopes – com status de ministra e com o atual protagonismo feminino na política nacional, Iriny tenta aproveitar o bom momento pra se candidatar à prefeitura da capital. Já lançada como pré-candidata, seu nome não é unanimidade dentro do próprio PT, dividido em várias correntes. O prefeito João Coser, por exemplo, já disse que preferia esperar mais, e apoiará Paulo Hartung, se este sair candidato. No entanto, é provável que o PT não volte atrás na decisão de lançar candidato próprio. Manter a prefeitura da capital é muito importante para o partido;
• PSDB – Cesár Colnago; Luiz Paulo – O PSDB talvez seja o partido com candidatura mais certa no pleito do ano que vem. Oposição ferrenha ao governo de João Coser, os tucanos tentam voltar ao comando da capital. Se no fim da década de 90 tinham presidente, governador, senador e o prefeito de Vitória, hoje o partido se vê com apenas um grande nome com mandato, o deputado federal César Colnago, que tem a missão de liderar o processo de reerguimento do PSDB capixaba. Por outro lado, Colnago, derrotado por Coser em 2004, não tem experiência em cargos eletivos no executivo, e sua eleição para prefeito significaria a perda de um deputado federal para os tucanos. A candidatura de Luiz Paulo, prefeito de Vitória (com boa avaliação) por dois mandatos, e um nome forte do partido em nível nacional, ainda seria uma possibilidade interessante, mesmo que represente o “velho” PSDB, que vem numa trajetória de queda. A escolha do candidato do partido deverá acontecer em prévias internas e a partir de pesquisas que indiquem quem tem mais força. Tudo isso ainda neste ano;
• PSB – Audifax; Serjão – Audifax tem sua base eleitoral na Serra, onde rivaliza com os Vidigal. No entanto, desde o ano passado, quando foi eleito o deputado federal mais votado do estado, com mais de 140 mil votos, seu nome é ventilado como possível candidato em Vitória. Serjão, talvez a principal figura do PSB da capital, é vereador e tem sua base solidificada em bairros de classe média. No entanto não parece ter musculatura suficiente pra encarar uma candidatura a prefeito. Ano passado decepcionou ao não conseguir se eleger deputado estadual. (A situação do PSB para a eleição do ano que vem será debatida mais a fundo em um próximo post);
• PPS – Luciano Rezende – O deputado estadual, derrotado por Coser em 2008, é o grande nome do PPS para uma possível candidatura. No entanto, o próprio Luciano já afirmou que não se lançaria à disputa se Paulo Hartung for candidato. É possível que o PPS apenas componha com algum outro grande nome, quem sabe com uma cadeira de vice.
• PDT – Mannato – Reeleito no ano passado, o deputado federal seria o melhor, senão único, nome pra disputar a prefeitura pelo PDT. No entanto esse fato parece pouco plausível, e o PDT deve ser mais um importante partido para compor alianças e indicar um candidato a vice-prefeito.
• DEM – Rodney Miranda – Eleito com uma expressiva votação para deputado estadual, o ex-secretário de Paulo Hartung surge como uma opção (pouco provável, é verdade) para os Democratas. Em seu primeiro mandato eletivo, Rodney não deve querer se aventurar em uma disputa que promete ser tão acirrada, além de provavelmente não querer enfrentar PH, se for o caso. O DEM, maior bancada da Assembleia Legislativa, surge como um importante partido para composição no ano que vem, quem sabe indicando um vice.
• PSD – Max da Mata – Se confirmadas a criação do novo partido de Gilberto Kassab e a filiação de Max da Mata a ele, o vereador de Vitória aparece como natural candidato. Talvez entrasse na disputa sem muitas chances de sair vencedor, mas poderia ser uma tentativa de botar a nova legenda em evidência, buscando fortalecê-la. Uma eventual composição com outro nome mais forte também seria viável, mas dado o discurso de independência do provável novo partido, talvez essa opção não seja muito forte.
Outros partidos, como PR e PSOL podem eventualmente aparecer na composição de chapas ou lançando candidatos próprios, mas com menos peso na disputa.
O debate começa a esquentar, ainda que mais internamente nos partidos, e os possíveis candidatos estão com seus nomes já disponíveis. E deu pra ver que são muitos!
No momento todos esses nomes citados são pré-candidatos, e o importante a se observar até agora é que quanto mais nomes disponíveis, e quanto maior for a força política destes, melhor será para o partido, que ganha em poder de barganha para construir alianças, sejam elas para encabeçar chapas ou para assumir candidaturas a vice-prefeitura.
Dois pontos mostram-se fundamentais para a disputa da capital: a posição de Paulo Hartung (se será ou não candidato) e a costura das alianças, em especial a posição do PSB no pleito.
Esses serão os temas dos próximos posts aqui no blog.
Abraços!
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Aê! Voltou hehehe!
ResponderExcluirInteressante a temática e tem muita coisa em jogo. O interessante, no meu ponto de vista, é que a disputa seja acirrada de modo que não só hajam mais opções para o eleitor, como também o partido vencedor não se veja em meio a um "blocão" para atender interesses, podendo ter um mandato mais propositivo.
Seja como for, acredito que o cenário político do ES nos próximos anos tem tudo para ficar muito interessante.